ESPECTRO// VÃO FANTASMA (FE e MARI EM DUETO)
Poema de Florbela Espanca e Marilândia Marques Rollo em dueto O ESPECTRO// VÃO FANTASMA Anda um triste fantasma atrás de mim// Por toda a Região mais vasta Segue-me os passos sempre! Aonde eu for,// Numa evaporação de alva espuma Lá vai comigo…E é sempre, sempre assim// Seguindo junto a mim... Com aspecto entusiasta Como um fiel cão seguindo o seu Senhor!// Na Aleluia da Luz, que e_ternamente perfuma! Tem o verde dos sonhos transcendentes,// A iluminar-me com clarões de círios A ternura bem roxa das verbenas,// Tal como a candidez aveludada das flores-de-maio, A ironia purpúrea dos poentes,// A esplender de insuperáveis augúrios... E tem também a cor das minhas penas!// Aquela que a desdita austera traz sempre em desmaio! Ri sempre quando eu choro, e se me deito,// Com alegria por certo despeito, tem na fronte o enigma... Lá vai ele deitar-se ao pé do leito,//Qual esfinje melancólica que desponta, Embora eu lhe suplique:Faz-me a graça// Numa queixa pendente,indômita! De me deixares uma hora ser feliz! Diante do torvo crocitar do mundo! Deixa-me em paz!…” Mas ele, sempre diz:// Ao lembrar o olhar de um moribundo: “Não te posso deixar, sou a Desgraça!”// Ardendo qual opulento estigma! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo
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