O VENTO E EU// EXCÊNTRICA DELICADEZA (DUETO DE MARILÂNDIA MARQUES ROLLO COM POEMA DE MARIO QUINTANA )
DUETO DE MARILÂNDIA MARQUES ROLLO COM POEMA DE MARIO QUINTANA
O VENTO E EU// EXCÊNTRICA DELICADEZA
O vento morria de tédio// Na convulsão de um soluço aflito
Porque apenas gostava de cantar// A exaltar as Luas, as chagas do astro-rei e os turbilhões dos mares!
Mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,// Eis que na obscuridade, atravessando a noite escura
Cada vez mais vazia…// Dentre as águas e o Espaço in_findo!
Tentei então compor-lhe uma canção// Reverenciando a beleza do azul contido na Natureza
Tão comprida como a minha vida// Para trazer-lhe mais cor e mais resplendor!
E com aventuras espantosas que eu inventava de súbito,// Como dois talismãs de saudosas quimeras...
Como aquela em que menino eu fui roubado pelos ciganos// No caos tremendo, preso a rudes deveres
E fiquei vagando sem pátria, sem família, sem nada neste vasto mundo…// Mundo de Infernos e Céus,de Judas e de Cristo!
Mas o vento, por isso// Sob ocasos purpúreos de atroz melancolia
Me julga agora como ele…// Transfigurando-me em humilde, entre os humildes seres!
E me dedica um amor solidário, profundo!//Sorrindo e contemplando o in_finito altivo!
Mario Quintana// Marilândia Marques Rollo
– Mario Quintana, do livro “Velório sem defunto”, 1990.
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