VOLÚPIA// INSANA
No divino impudor da mocidade,// A sede despudorada de místicos desejos...
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,// Estertores que vibram no seio ardente,
Num frêmito vibrante de ansiedade,// E que pairam numa ventura anelante
Dou-te o meu corpo prometido à morte!// Embelezando tudo entre inverossímeis arpejos!
A sombra entre a mentira e a verdade...// Emitindo os sons de distante realidade!
A nuvem que arrastou o vento norte...
- // Numa estranha e tenebrosa calmaria...
Meu corpo! Trago nele um vinho forte: // A carregar estremecida saudade:
Meus beijos de volúpia e de maldade! // Enquanto aguçam os crentes em romaria!
Trago dálias vermelhas no regaço... // Num grito infernal de atroz luxúria!
São os dedos do sol quando te abraço, // Tais como os raios de luz no poente,
Cravados no teu peito como lanças!// Sem qualquer gemido de penúria!
E do meu corpo os leves arabescos // Rodopiam ziguezagueando
Vão-te envolvendo em círculos dantescos// Frementes emoções desencadeando
Felinamente, em voluptuosas danças... // A seduzir, selvaticamente !galhardamente)!
Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo
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