TORRE DE NÉVOA// ABANDONADA
Marilândia em dueto com poema de Florbela Espanca TORRE DE NÉVOA// ABANDONADA Subi ao alto, à minha Torre esguia,// E no píncaro luzente adormeci, contrita, Feita de fumo, névoas e luar,// Pois ali a I_mortalidade refloresceu E pus-me, comovida, a conversar// Ao aom de ilusionismo vago, que incandesceu! Com os poetas mortos, todo o dia.// Segredos recônditos revelando, abstraída. Contei-lhes os meus sonhos, a alegria// E ao mesmo tempo, os antigos pudores Dos versos que são meus, do meu sonhar,// No inaudito dos prazeres mornos... E todos os poetas, a chorar,// Assim, comovidos e perscrutadores Responderam-me então: “Que fantasia,// Entenderam-me os transtornos! Criança doida e crente! Nós também// Ó infante de rústicos sonhares Tivemos ilusões, como ninguém,// Também soubemos absorver os amores E tudo nos fugiu, tudo morreu!...”// Nos largos olhares de clarões eternais! Calaram-se os poetas, tristemente...// No consolo de amor, piedosamente! E é desde então que eu choro amargamente// Sonhando, recordando, esquecendo jamais Na minha Torre esguia junto ao Céu!...// O eu-lírico que se rebela, furtivamente! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo

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