HORAS RUBRAS// AUGUSTOS MOMENTOS
HORAS RUBRAS// INVETERADOS MOMENTOS Horas profundas, lentas e caladas// No in_quieto balouçar dos sentimentos! Feitas de beijos sensuais e ardentes,// Abrindo luzes que tarjam, De noites de volúpia, noites quentes// E que na alma impregnam fragmentos Onde há risos de virgens desmaiadas...// Quais secretas florações que insurjam! Oiço as olaias rindo desgrenhadas...// Enflorescendo extravagantes madrugadas! Tombam astros em fogo, astros dementes,// A quedar-se, espraiando-se in_clementes, E do luar os beijos languescentes// Sob a lua caiada, em luminiscências segregadas São pedaços de prata p’las estradas...// Tais rastros dos caminhos,intransigentes! Os meus lábios são brancos como lagos...// Na lividez dos mundos ignorados! Os meus braços são leves como afagos,// Avassalando amores em longos tragos, Vestiu-os o luar de sedas puras...// Eis que em véus de neblina sufocados! Sou chama e neve branca e misteriosa...// Lembrando as religiões, lembrando os ritos! E sou, talvez, na noite voluptuosa,// Como enigmáticos, in_dolentes náufragos, Ó meu Poeta, o beijo que procuras!// Em todos os rios, mares e oceanos, aflitos! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo
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