sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Falo de Ti às Pedras das Estradas// EM VERSOS BULIÇOSOS







Marilândia Marques Rollo num dueto em poema de Florbela Espanca FALO DE TI ÀS PEDRAS DAS 





ESTRADAS// EM VERSOS BULIÇOSOS 

 Falo de ti às pedras das estradas,// Palavras in_quietas quais versos buliçosos 
E ao sol que é louro como o teu olhar,// Assim como farol de augúrios milagrosos... 
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,//Nos instantes em que esperanças ondulam, 
Vestidos de princesas e de fadas;// Lembrando florescências que encantam! 
 



Falo às gaivotas de asas desdobradas,// Com sentimentos e carícias suspirantes, 
Lembrando lenços brancos a acenar,//  Vislumbrando visões sonâmbulas delirantes, 
E aos mastros que apunhalam o luar// Em trêmulas, ardentes sinfonias compassadas 
 Na solidão das noites consteladas;// Bem como no agito das madrugadas alvoraçadas...
 


Digo os anseios, os sonhos, os desejos// Sempre a soluçar dentre murmurejantes panoramas... 
Donde a tua alma, tonta de vitória,// Não é apenas um fantoche, sequer um espectro vão, 
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!// Que se enxugam à brisa alucinante da paixão! 



E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,// Lá nalguma constelação esquiva, arrefecem 
Sobre os brocados fúlgidos da glória,// Eis que mergulhados em deflorados melodramas, 
São astros que me tombam do regaço!// Tais miríades de estrelas que resplandecem!




 Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo

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