A MULHER// IMAGINÁRIA (Dueto de Marilândia em versos de Florbela Espanca)
(Dueto de Marilândia em versos de Florbela Espanca)
A MULHER// IMAGINÁRIA
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!// Pela graça i_mortal dos teus Reinados!
Como sabes ser doce e desgraçada!// Entre o pecado e o desejo!
Como sabes fingir quando em teu peito// Sem sonhos, nem ilusões
A tua alma se estorce amargurada!// Na extrema unção de tantas dores!
Quantas morrem saudosa duma imagem// Num brando luar das ilusões terrenas
Adorada que amaram doidamente!// Amortalhada por entre dolorosos gemidos!
Quantas e quantas almas endoidecem// Sob flores que se abrem e o sol reverencia,
Enquanto a boca rir alegremente!// Recuada na Noite dos dias vãos!
Quanta paixão e amor às vezes têm// Ermas, na solidão abandonadas
Sem nunca o confessarem a ninguém// No des_encanto dos dias, do tempo e do seu passar...
Doce alma de dor e sofrimento!// Ao sentir dia a dia, a fome do coração!
Paixão que faria a felicidade// De todas as Potestades
Dum rei; amor de sonho e de saudade,// Por onde o Amor parábolas descreve,
Que se esvai e que foge num lamento!// Sem desespero, nem alegria!
Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo
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