INVERNANDO ...// DENTRE SEGREDOS DE ALCOVAS (Mari e Léo)
MARILÃNDIA E LEONARDO DO EIRADO SILVA GONÇALVES EM DUETO
INVERNANDO ...// DENTRE SEGREDOS DE ALCOVAS
Seja bem-vindo, caro inverno!// Engrinaldado por uma auréola de formosuras!
Traga consigo de um jeito terno// As mais profundas liturgias,
Os agasalhos de calores// Com o aroma im_penitente e belo
Do último verão// Assoprando in_quietas amarguras!
Para quando o frio à noite// Se debruçar in_dolentemente
No meio de todas as dores// Esfregando as carnes vivas
Vier como um gélido açoite// Em soluços falhos
Tenhamos um abraço aquecido// Bem melhores que nas frias adegas
Dentro do coração// A verter os medos e as mágoas!
Juntos, no combate aguerrido// Convulsos no momento exato
Ao congelante vento// Em estertores de agonizante
Ao sopro bem gelado// Querendo despedaçar algemas
Existe o sentimento// Que veio para a Luz, por certo veio
Dum abraço apertado// Qual bálsamo de graças
De quem está ao lado// Adoçado na harmonia de exarcebada nostalgia
Numa onda de amor// Que prende as almas num igual destino,
Suando sob o cobertor// Nas chamas secretas de íntimos espasmos
Num ritual de paixão// Ao penetrar nas noturnas trevas ...
Se aproxime, querido inverno!// Uive, chagado e mudo...
Traga consigo o seu caderno// Que deixa tudo confundido
Com os desenhos de flores// Na candidez subtendida
Da última primavera// Em profundezas veludíneas
O melhor está// Nas ferozes cegueiras...
Naquilo que não se espera// Ao brotar fosforescência de gangrena
Até na cinzenta atmosfera// De onde emanam nuances de floreiras...
Tu exalas seus amores// Dentre acordes cerúleos
O teu doce perfume// Sob largos eflúvios
Como um cardume// De supremo encantamento
De aromáticos peixes// No cintilar das essências
De iluminados feixes// Na grande paz sidérea
De luz, de luar, de amar// Cavando os abismos de eternais ânsias...
Não se acanhe, oh rigoroso inverno!// Erga o lampadário dos sonhares
Traga consigo para o mundo externo// A magia de seus diáfanos véus,
O frescor de algum vento galerno// No acaso da Amplidão
Do derradeiro outono//...Outono das tardinhas sonoras
Que nos roubava o sono// Em astral melancolia
Toda vez que o abandono// Nos lassos movimentos
Da folha caindo no chão// Esculpindo a terra árida,
Nos lembrava dos rigores// Atapetados na in_flexibilidade
E da ausência das cores// Sem matizes.desmaiadas
Daquela próxima estação// Funereamente in_visível!
Estarei te esperando protegido// Sonhador e confiante
Com o meu verso mais querido// Num enleio extasiante...
Pois a poesia é maior que tudo que foi dito// Triunfo supremo!
É por onde vivo, amo, respiro e existo!// Numa espiral de luxuriosos volteios!
É o meu sentimento mais fraterno.// ...Meus longes mais emocionantes!
Seja bem-vindo, amigo inverno! // Peregrine no mundo sem receio!
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves// Marilândia Marques Rollo
Direitos reservados. Lei 9.610/98
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