ENIGMÁTICA
Enigmática
Possuir-te,
É ter um pecado em forma de paixão,
É repousar em teus seios,
Vagar, andarilhar, perambular,
E sem dúvidas ou receios
Baldear-me em uma imensa sensação
E loucamente com ela alucinar
Deslizar-me em todas tuas curvas
Corromper-me nos teus delitos
Bebendo de tuas águas mais turvas
E nos meus quereres mais aflitos
Penetrar profundamente todo teu corpo
Perder-me na intensidade do teu beijo
E como numa epifania, num divino sopro
Achar-me na embriaguez do teu cheiro
E na invisível sensação dos medos
Proteger-me em todos teus carinhos
Encontrar a estrada sinuosa
Nos teus traços tão juvenis
Em teus olhares bem febris
Percorrer nestes lascivos caminhos:
A trilha mais que voluptuosa
Que me leva pelo bailado dos dedos
Ao néctar oculto abaixo dos quadris
Porque tu és, ó mulher
Enigma dos sonhadores
A cruz dos pecadores
O claustro, o monastério
Um inquietante mistério
Que se arrasta e se irradia
Além do final desta poesia.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
(Direitos reservados. Lei 9.610/98)
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