quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

DUETO DE RENATO E MARILÂNDIA




Morte anunciada// Mãos do Pai

Viajo pelo espaço sem eira// A percorrer trilhas sem norte
Alma perdida // Em ínvio caminhar
Partida ao meio// Memórias na areia
Meu mundo se cristalizou// Passado de luzes
Como açúcar sem doce// Exalando a beleza...
Insosso, terrível// Olhos esperançosos
Não respiro mais// Vejo-me em remotos tempos...
Inspiro a esmo// Mudez das palavras
E nem sei para onde vai o ar// Tão pouco sustentáveis
Porque já sobreviveria sem ele// Na glória da língua.
Flutuo na dor que me alucina//Morro faz já bastante tempo,
Ilusões malditas// Cantando mágoas
Pesadelos alucinantes// A escorrer na alma,
E a tristeza me domina// Aos sons do violino que do céu derivam
Vence-me, enfim// E de longe, então vem dentro de mim brilhar
-Deprimente sensação-// Invisível fundo do meu ser
Fui submetido, abduzido// Em sinais de presságios.
E agonizo dia e noite// Exasperado, lúcido
A cada instante que me restou// Envolto nas chagas cruas do existir,
Sempre esperando o que virá// Em lírico ministério
Sabendo que parte de mim morreu// Em tons dos dedos de Deus
Uma metade// Vida que resiste às intempéries
E essa nem dói mais// Brilho irreal, certamente espiritual,
Apenas anuncia o fim// Pois não existe vida com tempo de garantia.
Fico pensando se essa metade// Do emaranhado da vida, sem graça
Ainda era você// Envio um adeus feito paixão
Ou era o que sobrou de mim// Onde embarquei restos de ansiedade.
A história está contada// Do seio me goteja o pranto
Teve princípio// Tal roleta a girar...
Meio alucinante// Restos de horas passadas
E um fim// A vogar em barco à deriva,
Agora, vem morte plena// Respingando gélidos momentos
É o que resta// Numa incerta trajetória
Porque o coração virou pó// Quais notas sem melodias,
E nem tempo para chorar achou// Inacabada sinfonia.
Virou antítese// Terror e deslumbre
E partiu, me deixou// Mirando o horizonte que jamais alcança...
Deixou de existir// Das coisas perdi visão
Assim... simplesmente// Ideias aladas, vão-se...
Como um beijo que evapora// Sou música vinda dos céus
Como vida que se esvai// Levada pela sofreguidão de ondas
Como nada que nunca foi// Coberta de flores caladas ...


Renato Baptista// Marilândia

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