"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Dueto de Marilândia e Ruth
Dueto de Marilândia e Ruth
Nas páginas do vento onde a dor se deita e sonha,//Escrevo com a tinta invisível que só an alma testemunha.
Éo sopro de um destino antigo que desfia o coração,//
Fazendo da noite um templo, e da saudade, oração.
Sou chama que arde em silêncio e cinza que o tempo não vence,//
Sou flor que desabrocha no amanhecer e na lua se entristece.
Caminho entre mundos suspensos, onde o nome se desfaz,//
E cada verso que nasce é um pássaro buscando a própria paz.
Ó, concede-me teu silêncio — que nele minha voz floresça;//
Empresta-me teus olhos — que neles minha essência apareça.
Pois no espelho translúcido da alma encontro o que ainda sou://
Vestígios de sonhos antigos que Deus na palma abrigou.
Amor, doce miragem que inquieta, acende e devora,//
És brasa que me corrói e luz que me recria a cada aurora.
És tormento e promessa, estrela que não alcanço ao tocar,//
Mas que guia minha sombra, mesmo sabendo que não há chegar.
Sou feita de anseios incertos, de marés que nunca dormem,//
Mulher que no peito guarda oceanos que transbordem.
E enquanto houver palavra pulsando nesta veia rente,//
A alma se abrirá — lucidamente, ardentemente.
Mesmo que a dor celebre, mesmo que chova eternamente.
Marilândia e Ruth em dueto
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