"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 4 de novembro de 2025
COSTURANDO POESIA DIA 4 NOVEMBRO
"Meu sol rompendo a primavera" ausente,
Jô Rauil
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Recorda um tempo em que foste somente
Um sonho breve, um lume na janela,
Que se perdeu nas sombras, como estrela.
As flores nascem — tristes, silenciosas —,
Como lembranças pálidas, saudosas;
E o vento traz murmúrios de outrora,
Como quem chora aquilo que demora.
Nos meus sentidos, tudo é despedida,
Eco de um beijo, sombra de uma vida…
Até o sol que brilha me parece
Um velho amor que volta — e que esmorece.
Ah, quem me dera ser quem fui outrora,
Naquela aurora que já foi embora…
Meu sol, cruel, que a dor me regenera,
Rompe outra vez… mas não há primavera.
E nesse adeus que o tempo não consola,
Fenece em mim a última corola;
Fica o perfume — triste, derradeiro —,
Da flor que amei… e que morreu primeiro.
Marilândia
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