"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 7 de outubro de 2025
COSTURANDO DIA 07
“Pois não aguentaremos mais os vendavais da noite”
Jô Tauil
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Nem as sombras que dançam no silêncio da alma,
Quando a lua se esconde, o coração desabrocha
E nos falta o perfume que a tristeza acalma.
Somos feitos de cinzas e de ilusões perdidos,
De palavras que morrem antes de serem ditas,
De abraços que ficaram pelo caminho esquecidos
E de lágrimas secas em feridas malditas.
Ó, deixai-me morrer neste tormento doce,
Nesta ânsia de viver que me consome e mata,
Que me queima por dentro como um sol precoce
E me prende aos grilhões de uma paixão insensata.
Quero ser vendaval, ser tempestade, ser mar,
Quero ser tudo aquilo que não posso ser,
Quero nas asas do vento poder voar
E nos braços da morte finalmente morrer.
Mas hei de renascer como a fênix das cinzas,
Hei de erguer-me do pó com a alma em chamas,
Mesmo que as noites sejam frias e mesquinhas
E o destino me negue todas os seus diagramas.
Pois não aguentaremos mais os vendavais da noite,
Mas havemos de ser mais fortes que a tempestade,
Com a dor transformada em canto que pernoite
Sob a flor im_possível da nossa liberdade.
Marilândia
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