"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 9 de setembro de 2025
ECO CELESTE EVENTO DIA 12 e mais 2 ou 3 sonetos (analisar e corrigir)
Eco Celeste
Meu desejo? Era ser a voz que bradasse
Que a estrela do céu ouvisse, amor,
Como eco doce que jamais se encerrasse,
Sussurrando ao cosmos minha dor.
Ser o canto que brotasse do profundo,
Da alma telúrica, ancestral,
Para que o firmamento vagabundo
Escutasse meu lamento imortal.
Ah, se eu pudesse ser o vento quente
Que acariciasse as pétalas ao luar,
E subir, subir eternamente,
Até as constelações alcançar!
Minha voz seria o rio que serpenteasse
Entre montanhas de saudade crua,
Carregando segredos que semeasse
A lua melancólica e nua.
Queria ser a lágrima da aurora
Que o sol nascente viesse beijar,
E ser também a brisa sedutora
Que fizesse as estrelas suspirar.
Meu desejo ardente, meu tormento,
Seria ponte entre terra e infinito,
Que Levasse ao céu meu doce lamento,
E do astro ouvisse um eco bendito.
Que minha voz fosse chama interna,
Paixão que subisse aos céus em prece,
E que a estrela, divina eterna,
Meu amor terreno reconhecesse.
Marilândia
Eco no Infinito
Meu sonho ardente é ser a voz da terra,
que ao céu ascenda em cântico de dor,
e que uma estrela, límpida, sincera,
me escute, como escuta-se o amor.
Quisera ser suspiro que não erra,
na eternidade um tênue resplendor,
um verso oculto que ao luar se encerra,
ou lágrima de lume e de fervor.
Mas sou apenas sombra e desatino,
coração que sangra e que se perde,
buscando no alto o seu divino sino.
E o céu responde: “a dor também é prece”…
Assim meu peito, em sonho cristalino,
à estrela clama e nunca se esquece.
Marilandia
Confissão às Estrelas
Meu desejo? Era tão simples e tão impossível…
Queria ser a voz secreta da terra,
aquela que se levanta das flores ao anoitecer,
que brota da raiz escondida,
que suspira no vento quando tudo silencia.
Essa voz eu queria ser
— uma prece de terra em direção ao infinito.
E sonhava que, do alto, uma estrela me ouvisse.
Que inclinasse o seu olhar de fogo
para escutar o murmúrio que me nasce do peito.
Que sentisse, entre os brilhos eternos do céu,
o meu pobre amor, humano e efêmero,
como uma centelha pedindo eternidade.
Ah, se a estrela soubesse o quanto arde em mim a ânsia de ser luz!
Se me acolhesse no seu lume,
talvez deixasse de ser carne cansada e sombra sem rumo…
Talvez fosse apenas canção, apenas claridade.
Mas a vida me prende ao chão.
E eu, tão frágil, tão humana,
sou só um grito calado no silêncio do mundo.
Ainda assim, confesso:
o que mais quis na vida foi que a estrela me escutasse…
e que, no seu segredo de céu, guardasse para sempre o meu amor.
Marilândia
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