"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sábado, 20 de setembro de 2025
COSTURANDO DIA 20 DE SETEMBRO
“Eco das minhas palavras ou escamas do meu silêncio...”
Jô Tauil
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Que se desprendem lentos como folhas de outono,
Cada um carregando o peso do que não digo,
O grito abafado que mora no meu abandono.
Sou feita de segredos que jamais confesso,
De lágrimas que secam antes de rolar,
De amores que nascem e morrem no mesmo verso,
De sonhos que se quebram antes de voar.
Minhas mãos tremem quando buscam teu rosto,
Meus olhos se fecham para não te ver partir,
Meu coração é um barco perdido no mar posto
Entre o desejo louco de te possuir.
Que importa se choro ou se rio sozinha?
Se danço com sombras ao luar da janela?
Se invento histórias onde tu és luzinha
E eu sou tua eterna e doce gazela.
As horas passam lentas como mel amargo,
Os dias se arrastam pesados de saudade,
E eu aqui, neste quarto largo,
Tecendo versos da minha solidão e verdade.
Ah, se pudesses ouvir o que não falo!
Se soubesses decifrar meus silêncios,
Verias que cada gesto é um presente, um regalo,
Cada olhar uma súplica de clemência.
Mas tu passas distante, alheio a minha dor,
Enquanto eu me desfaço em escamas douradas,
Cada uma um poema, cada uma um amor
Que se perde nas tardes desoladas.
Marilândia
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