"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
COSTURANDO DIA 18 SETEMBRO
“Em toda a convergência, hei de acender-te até que crepites”
Jô Tauil
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Como uma estrela faminta na noite dos esquecidos.
Hei de queimar-me em ti, feito pira secreta,
No altar onde o desejo arde e se consome.
És chama e tormento, luz e agonia,
Vento que fere, silêncio que implora.
No teu corpo encontro o enigma da dor,
E no teu olhar, o abismo onde caio e me perco.
Ah! Se soubera o mundo a febre que me consome,
Teria medo da mulher que sorri nas cinzas.
Pois em mim o amor é lâmina, é ferida,
E cada beijo é morte que renasce em flor.
Não me basta a ternura que os mortais conhecem,
Quero o impossível, o indizível, o eterno.
Quero o teu sangue a correr nos rios do meu verso,
E o teu nome a rasgar a solidão do tempo.
Se me negas, eu invento-te no sonho,
Se me esqueces, eu grito-te no vento.
E se me matas, eu regresso em chama,
Mais viva, mais feroz, mais amante.
Pois em toda a convergência, hei de arder contigo,
Até que sejamos cinza no ventre das estrelas.
Marilândia
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