"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
domingo, 24 de agosto de 2025
O Amor Que Não Permanece e mais duas versões EVENTO DIA 29
II Evento Conjunto das ACADEMIAS UNALEGRO, ACaL
"Tributo aos Patronos – João Mineiro (cadeira 016 da ACaL)
Evento Oficial das Academias
Tema: " - Esse amor de momento
Quase nunca tem tempo
É feito às pressas
Não divide segredos
Não tem paz nem sossego (Amor Clandestino – João Mineiro e Marciano)
AUTORA:Marilândia Marques Rollo
TÍTULO:
Data: 29/08/2025
País: Brasil
Gentilmente convidada pela amiga poetisa Leovany Octaviano
O Amor Que Não Permanece
Esse amor de momento, tão fugaz,
não deixa em mim senão cinzas ardentes,
é chama breve, é dor que nunca traz
o repouso suave dos amantes.
Não guarda segredos, não é capaz
de ser ternura em noites complacentes;
é tempestade escura, é vendaval,
é sombra vã em braços indiferentes.
Não tem sossego, é febre, é só tormento,
é um punhal de silêncio no meu peito,
um grito mudo, um súbito lamento.
E eu, perdida no sonho imperfeito,
morro a cada segundo em desalento,
por um amor que nasce já desfeito.
Brevidade Maldita
Esse amor de momento, tão vazio,
é sombra vã que passa e nada deixa,
é como a noite fria sem arreio,
é fogo morto, é lâmina que queixa.
Não guarda em si segredos nem ternura,
não sabe ser descanso ou claridade,
é só punhal que fere e se procura,
um sopro breve em negra eternidade.
Não tem sossego, é febre que me invade,
é tempestade amarga sem sentido,
um cárcere de dor, fatalidade.
E eu, que busquei no sonho um paraíso,
achei tão-só no peito corrompido
o coração sangrando sem aviso.
Fogo que Consome e se Desfaz
Esse amor é veneno em minha boca,
é febre ardente, é carne em sobressalto,
corrente brava, impura, que me toca,
e me arrasta do céu para o asfalto.
É chama vil que arde e me sufoca,
é nó de sangue, é gozo e sobressalto,
na sua posse a dor é sempre pouca,
na sua ausência o mundo é um estilhaço.
Não tem sossego, é vício, é perdição,
meu corpo treme, clama e se devora,
grito de abismo em louca convulsão.
E quando parte — oh maldição que chora! —
deixa em meu seio a febre e a solidão,
deixa em meus lábios cinzas de uma aurora.
Marilândia
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