"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quarta-feira, 2 de julho de 2025
Ode à Paz (uma das versões)
Ode à Paz
Abre as portas da história; deixa passar a vida,
que venha a Paz com pés de barro e olhos de aurora,
trazendo nos ombros o pão e a ferida,
e em cada mão o tempo que recomeça agora.
Que venha sem trombetas, sem gritos de vitória,
como quem rega a terra com lágrimas de vinho,
como quem deita o luto no chão da memória
e faz do amor um humilde e eterno caminho.
Paz, flor que insiste no muro das bombas,
irmã do trigo, do ventre e da semente,
que dorme nos olhos das mães que já não choram
e canta nas bocas de um povo renascente.
Ó Paz, senta-te à mesa com tua nudez serena,
não tragas medalhas, discursos ou fardas —
traze o silêncio, a ternura, a pequena
palavra que arde sem queimar as almas.
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