Sede de Infinito
Vem, Alma, dizer-me como me desejas,
Revela-me o segredo do teu fogo,
Embala-me no teu divino jogo,
Liberta-me das sombras com que me cortejas.
Perdida entre quimeras que não vejo,
Carrego n'alma feridas sem consolo.
Ilumina-me o rosto, quebra o solo
Que me prende ao abismo do desejo!
Neste poço de lágrimas sem fundo,
Sem estrelas, sem luar, sem esperança,
Ânsia muda de quem já não é deste mundo,
Clamo por ti numa doce lembrança,
Como se fosses, Alma, o vagabundo
Orvalho que nas pétalas descansa!
Marilândia
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