RUÍNA
É triste, clamam, o abandono
Das casas velhas, mudas, sem amor!
E aquele eco surdo de pavor
Que faz da vida um lúgubre outono!
É triste e mata todo o sono
Ver murchar a última flor!
E não sabem que sou a própria dor
Do mais sombrio e desolado abandono?!...
Ruínas de ventura trago-as eu
Dentro de mim e tudo quanto é meu
É cemitério d'almas sem fortuna!
E o abandono das casas, toda essa
Morte que nos seios se confessa,
Vivo-a eu sozinha sob a lua!
E a ruína sou eu própria! A casa morta!!
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