"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 3 de junho de 2025
O Último Adeus
O Último Adeus
Nesta hora derradeira em que te vou perdendo,
Sinto a alma despedaçar-se em mil fragmentos,
Teu olhar é a dor que em mim vai crescendo,
E no silêncio eterno morrem todos os lamentos.
Ó adeus que me consomes como fogo ardente,
És a cruz que carrego neste peito ferido,
Como sombra que se arrasta, vou-me lentamente,
E morro neste instante de amor incompreendido.
Que cruel martírio é este que me dilacera!
Palavra que me fere e que me ressuscita,
És tu minha agonia, minha última quimera,
A chama que me abrasa e que jamais se quita.
Na tua voz escuto todo pranto e todo riso,
O eco do infinito e o grito da partida,
És tu, ó adeus último, meu céu e meu juízo,
A morte e a ressurreição de minha alma vencida.
Como estrela que se apaga no clarão da aurora,
Assim morre em tua boca minha eterna ventura,
Mas que doce agonia é esta que me devora,
Neste adeus derradeiro que me mata e me cura!
Levo comigo o som desta palavra amarga,
Como quem leva a cruz de um amor mal-amado,
És tu o meu suplício e a minha última carga,
O fim de toda a glória que um dia me foi dado.
Ah, se pudesse eu morrer neste momento santo,
Quando ainda ressoa em mim tua despedida!
Mas fico aqui sozinha, carregando este pranto,
Com o adeus gravado a ferro em minha alma ferida.
Marilândia
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