MIRAGEM
Sou filha da bruma matinal e do vento;
Os sussurros, por entre as folhagens,
Tecendo os sonhos de prata, pelos momentos,
Desta minh'alma inquieta são as miragens.
E ansiosa busca — ó doce engano —
Que tu e eu, em risos e lágrimas,
Eu a Névoa, e tu a Lua, arcano,
Fôssemos uma só dança das almas!
E ao amanhecer, à hora branda da esperança,
Ouvia da voz do horizonte
O De Profundis suave da lembrança...
E, à tua espera, enquanto o tempo avança,
Ficaria, olhos serenos, a sonhar...
Miragem tecendo, na distância imensa...
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