INCOMPLETUDE
Arrancar da minh'alma esta agonia,
Este grito que ferve, que me queima!
– E ser, depois de tanta melodia,
Palavra manca, verso que blasfema! ...
Forjar uma estrofe de poesia,
Cristal puro que brilhe como gema!
– E ser, depois de tanta melodia,
Eco vazio, sombra de um dilema ...
São assim pobres, torpes, os meus cantos:
Balbucios rotos, soluços e prantos,
Com que engano o papel, com que me iludo!
Quem me dera achar a voz perfeita,
A palavra que corte como contrafeita,
Que grite, sem mentir, tudo o que saúdo!
Marilândia
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