"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Evento de poesiamaria sobre livros dia 14 de junho
EVENTO AVALB- ACADEMIA VIRTUAL DE AUTORES LITERÁRIOS DO BRASIL
CENTENÁRIO DE DALTON TREVISAN
TEMA:Livros Antigos, Temas Atuais
AUTORA:Marilândia Marques Rollo
TÍTULO: O Eco que Atravessa Gerações
Data: 14/06/2025
Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia maria
O ECO QUE ATRAVESSA GERAÇÕES
Nas páginas amareladas pelo tempo
encontro sua voz, humanidade antiga,
sussurrando verdades que hoje gritam
nas telas frias de nossos dispositivos.
Ó livros de papel envelhecido,
vocês sabiam que chegaríamos aqui?
Que trocaríamos suas lombadas gastas
pelos cliques infinitos da solidão?
Mas em suas entranhas ainda palpita o mesmo coração
que bate agora em peitos conectados,
a mesma sede de amor e de justiça
que move multidões pelas ruas digitais.
Folheio Neruda e encontro Instagram,
leio Lorca e vejo stories que desaparecem,
porque poesia como a de Trevisan,
meus queridos mortos,
continua nascendo onde há quem ame.
Marilândia
©; Marilândia Marques Rollo; "Pontes de Papel sobre Abismos Digitais"; GO-BR-
11 de junho de 2025.
Pontes de Papel sobre Abismos Digitais
DATA:14/06/2025
Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia maria
EVENTO AVALB- ACADEMIA VIRTUAL DE AUTORES LITERÁRIOS DO BRASIL
CENTENÁRIO DE DALTON TREVISAN
TEMA:Livros Antigos, Temas Atuais
AUTORA:Marilândia Marques Rollo
TÍTULO: O Eco que Atravessa Gerações
Data: 14/06/2025
Gentilmente convidada pela amiga poetisa Poesia maria
O ECO QUE ATRAVESSA GERAÇÕES
Nas estantes empoeiradas do tempo,
dormem gigantes de papel amarelado,
suas lombadas curvadas como velhos
que carregam o peso de mil primaveras.
Abro Cervantes e encontro Don Quixote
lutando contra moinhos de fake news,
sua lança quebrada contra algoritmos
que transformam verdades em fantasmas digitais.
Páginas que cheiram a chuva antiga
sussurram sobre pandemias e solidão,
enquanto Camus ressuscita de suas letras
para falar da peste que não escolhe fronteiras.
Os dedos percorrem versos de Lorca
e encontram balas perdidas em escolas,
poetas mortos que cantam aos vivos
sobre o silêncio que mata mais que gritos.
Shakespeare desperta de seu sono eterno
para ver Hamlet twitando sua dúvida:
"Ser ou não ser?" pergunta ao vazio
de uma timeline que nunca responde.
Nas margens amareladas de Steinbeck
brotam tendas de refugiados,
uvas da ira fermentando ainda
no estômago vazio da injustiça.
Dostoyevski ri de seu porão escuro
vendo Underground tornando-se metáfora
para quem vive nas periferias digitais,
criminosos do tempo e do algoritmo.
Os livros antigos não envelhecem,
apenas vestem roupas novas
para dançar com nossos medos atuais,
eternos como o amor e a fome.
Abro García Márquez e vejo
que o realismo mágico nunca morreu:
está vivo nas nossas telas,
onde mentiras voam como borboletas.
Ourives das palavras, escultor de pequenas glórias,Trevisan!
Dalton, vampiro dos contos, que do cotidiano extrai
A essência humana mais pura, que em cada linha se esculpe.
Mestre dos minicontos, arquiteto do brevíssimo,
Transforma o ordinário em extraordinário,
o simples em glorioso.
Cada vírgula é precisa, cada ponto é uma escolha,
Na sua prosa concisa, toda palavra é primazia.
Cronista dos desencontros, dos amores mal-amados,
Revela em poucos traços os dramas mais elaborados.
João e Maria renascem em suas mãos habilidosas,
Personagens eternos em narrativas preciosas.
Ó mago da concisão, poeta do instantâneo,
Teu talento é lapidário, teu estilo soberano.
Em cada conto que escreves, uma vida se desvela,
E Curitiba se torna universal em tua aquarela.
Marilândia
Fechou-se o livro,
mas não a ferida
que atravessa séculos
como uma flecha certeira
no coração sempre igual
do humano.
O pó das páginas
é o mesmo pó das estrelas
que nos fizeram questionar
ontem, hoje e sempre:
quem somos
neste breve intervalo
entre o nascer
e o morrer das palavras?
Marilândia
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