"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 17 de junho de 2025
Espelhos do Tempo
Espelhos do Tempo
Diante da tela sagrada, corpos se curvam,
Sussurros de séculos ecoam no salão dourado,
Onde Velázquez pintou o impossível:
O olhar que nos olha olhando.
A infanta rosa floresce no centro,
Cercada de sombras que dançam na luz,
Enquanto o pintor, eterno no canto,
Nos convida ao mistério que seduz.
Quem observa quem neste teatro?
Os visitantes de hoje, perdidos na contemplação,
Ou as figuras imortais da corte
Que atravessaram tempo e dimensão?
O espelho ao fundo reflete reis fantasmas,
A realidade se dobra sobre si mesma,
E nós, pequenos mortais diante da grandeza,
Somos também personagens nesta cena suprema.
Nas paredes do Prado, a magia persiste,
Arte dentro da arte, vida dentro da vida,
Velázquez riu do tempo e da morte:
Sua obra é portal, sua genialidade, guarida.
Os séculos passam, mas o encanto permanece,
Cada olhar novo reaviva o prodígio,
E Las Meninas, eternas e vivas,
Continuam pintando nosso próprio prestígio.
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