DESASSOSSEGO
Tormento do sentir! Agudo grito!
Quem pudesse cegar a tua luz!
Quem pudesse aqui dentro, onde me reduzo,
Matar a fera que me tem aflito!
E não se quer sofrer! ... mas o conflito
Sempre a rasgar-nos bem, sem que se aduz
Remédio algum – ó peso que seduz
A alma ao desespero mais maldito! ...
E não se cura, não ... nada se cura!
Vem sempre sibilando na espessura ...
Vem sempre sussurrando: "Onde vais? ..."
Ah! não ser mais que bruma, que neblina!
Ser lâmina de gelo, ser resina,
Ser uivo de lobo nos pinhais!
Marilândia
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