"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
domingo, 8 de junho de 2025
DESALENTO
DESALENTO
Eu tenho dó das estrelas!
Tanto dó, pobrezinhas,
Quando no céu, quietas, belas,
As vejo tiritar sozinhas!…
Os jasmins nos quintais,
E as violetas perfumosas
Sussurram coisas formosas
E cantam hinos celestiais
Só elas, pobrezinhas…
Tão frias na noite escura
Lá andam a piscar sozinhas…
As nuvens passam ligeiras,
O vento sopra amargura,
E elas tremem, as coitadas,
Como almas prisioneiras
Que jamais serão tocadas.
Eu saio então ao terraço:
E fico a olhar as estrelas…
Abro os braços num abraço
E fico a chorar com elas!
Os grilos cantam baixinho,
A madrugada desponta,
Mas eu continuo sozinha
Com meu desalento que conta
Histórias ao vento manhoso…
E quando o sol aparece,
As estrelas vão embora,
Mas minha dor permanece
Como eco que não melhora.
Marilândia
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