CATIVA
Por que me deste, ó Vida, esta sede eterna
De tudo quanto pulsa e resplandece,
Se me quiseste à terra sempre presa,
Onde a alma em vão se debate e se consterna?
Por que fizeste em mim chama tão terna
Que por estrelas inalcançáveis reza,
Se me negaste asas? A natureza
Cruel me fez sonhadora e taciturna!
Eu bebo o ar e ainda tenho sede...
Sede de luz, de música, de prece,
De tudo quanto a vida me negou!
Sou como fonte que jamais se perde
Mas nunca sacia quem lhe aparece:
Eterna sede de quem sempre amou!
Marilândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário