"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quinta-feira, 15 de maio de 2025
TR~ES SONETOS PARA PUBLICAÇÃO
Alma Inquieta
A Luz Perdida
A Luz Perdida, etérea, cristalina,
Subitamente acendeu-se em meu ser,
Como se um astro viesse a nascer
Numa noite de trevas, quase em ruína.
Arde em meu peito esta chama divina,
E não consigo jamais compreender
Como este fogo pôde florescer!...
Destino... mistério... ou talvez, sina...
Ó Luz que em mim surgiste sem aviso,
Que importa se meus lábios sem sorriso
Anseiam tristes pelo amor de ti?!...
Desde que em mim brilhaste em noite escura,
Voou minh'alma em busca da altura
E nunca, nunca mais me reconheci...
Marilândia
Meu Cativeiro
Meu Cativeiro é um palácio ancestral
Feito de sonhos, sombras, fantasias,
Onde o silêncio em mudas agonias
Compõe versos de ritmo sepulcral.
As horas têm lamentos de elegias
Ao soar, dolorosas, seu sinal...
E todas têm presságios de um final
No lento transcorrer dos longos dias...
Meu Cativeiro é um palácio. Há rosas
De um branco empalidecido, dolorosas,
Tão puras como nunca as colhi além!
Neste triste palácio onde habito,
Noites e dias sonho e sofro e grito,
Mas ninguém sente... ninguém vê... ninguém...
Marilândia
Tempo que Foge
Vejo-me só, desfeita e sem amor
Como uma ave sem ninho e sem abrigo
Mais triste e desolada que uma flor
Que murcha sem conhecer seu amigo!
Alma errante que ao mundo causa horror!
Meu coração ferido, meu castigo,
Meu coração sem luz é fel, é dor,
Barca à deriva no Mar do Perigo!
Que abismo tão profundo no meu ser!...
Quantas esperanças mortas a pairar!
Quanto anseio nascendo a fenecer!
Céus! Como é vã a vida que declina...
O momento fugaz, breve, a passar...
Rio de lágrimas... a vida termina...
Marilândi
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