Silenciosa Entrega
Eu guardo em mim a eternidade breve
Das palavras que nunca se disseram,
E no silêncio que entre nós se teve
Cresceram flores que jamais morreram.
Os meus suspiros são de sal e neve...
Carrego no peito as horas que se foram...
Foi do meu pranto doce que nasceram
As estrelas que o tempo não se atreve...
Oferto-te o que sou: a dor dormida,
O véu das madrugadas sem aurora,
A lua que é de prata, a alma ferida
Que ainda pulsa e canta e se namora
Com tudo quanto fez desta partida
O verso eterno que em mim mora e chora.
Marilândia
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