Renascimento em Lótus
Do lodo escuro e vil, em negro leito,
Ergue-se a lótus pura, imaculada,
Como da dor mais funda e desprezada
Nasce o amor que transborda em cada peito.
Pétalas claras de alvo-rosa feito,
Abrem-se ao sol em prece delicada,
Sem máculas da lama abandonada
Que lhe ofertou o berço já desfeito.
És tu, flor de mistério, a minha vida!
Também eu da tristeza mais pungente
Busco a luz que me torna renascida.
Sou lótus que se eleva docemente,
Por entre o lodo e a dor, inadvertida,
Buscando o céu num gesto transcendente.
Marilândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário