Maio Florido
Em maio, a luz trespassa véus dourados,
Ao romper da manhã que se desfolha;
Entre suspiros d'alma, tão calados,
Espinho sou, mas também sou a folha.
Desperta em mim, no peito confinado,
Um jardim suspenso em cada hora;
Sonhos de cor, um céu enamorado,
Lembranças que nascem e vão embora.
Maio me veste de púrpura e cetim,
Dança comigo em tardes infinitas;
Cinge-me à cintura como jasmim.
Quem sou eu senão flor que se deslinda?
Nas mãos do tempo, efêmera, bendita,
Maio em mim – dor suprema e tão linda!
Marilândia
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