quinta-feira, 15 de maio de 2025

EVENTO DIA 18

Constelações da Alma Como nascem as mãos que se estendem na noite, quando o mundo é ferida e silêncio? Procuro nas ruínas do tempo esse olhar que reconhece, sem palavras, a dor alheia como própria. A empatia é um mar verde e violento que invade os olhos fechados, derruba muros, dissolve a distância entre teu coração e o meu: somos um mesmo pulsar no universo. Não me perguntes por que entrego o pão que também me alimenta. O altruísmo é uma árvore ancestral com raízes mais profundas que meu nome, mais antigas que minha sombra. Dou-me como a chuva se entrega à terra sem questionar se merecida, sem esperar colheita ou agradecimento. No ato de dar, já recebi tudo: a alegria secreta do que transcende. Persisto como persistem as ondas contra o rochedo, não para vencê-lo, mas para cantar seu contorno. A perseverança não é um destino mas um caminho que se faz de passos impossíveis, de quedas convertidas em dança. Caio e levanto, sem heroísmo, como faz o sol a cada tarde, como faz a flor após a tempestade, sem alarde, sem glória, apenas porque é sua natureza continuar. E quando as tempestades se aquietam, quando o grito cede lugar ao sussurro, encontro a serenidade – esse céu interno onde as estrelas da consciência brilham com claridade densa e silenciosa. É como um lago de montanha que reflete o universo inteiro sem perturbar-se, sem agitar-se, apenas sendo espelho e profundidade, apenas sendo água e claridade. Empatia, altruísmo, perseverança, serenidade: não são virtudes que buscamos, são constelações da alma que descobrimos já habitando em nós desde sempre, como a música secreta que sustenta o universo. Estão em ti, que lês estas palavras. Estão em mim, que as escrevo. São o fio invisível que nos une através do tempo e da distância, nesta comunhão silenciosa de sermos humanos. Marilândia

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