"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
domingo, 27 de abril de 2025
XII EVENTO OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS-ACal TRIBUTO AOS PATRONOS- ZÉ FORTUNA (cadeira 013) EVENTO DE SANDRA MARA MARDONES 2 de maio
XII EVENTO OFICIAL DA ACADEMIA CAIPIRA DE LETRAS-ACal
TRIBUTO AOS PATRONOS- ZÉ FORTUNA (cadeira 013)
EVENTO DE SANDRA MARA MARDONES
AUTORA:Marilândia Marques Rollo
TEMA:"A SOMBRA DA LEMBRANÇA É IGUAL À SOMBRA DA GENTE.
PELOS CAMINHOS DA VIDA, ELA ESTÁ SEMPRE PRESENTE."
MÚSICA: A MÃO DO TEMPO (ZÉ FORTUNA)
DATA: 02/05/2025
PAÍS: BRASIL
TÍTULO:
A CONVITE DA POETISA AMIGA SELMA IRIS KULLMANN
Horas Vividas
O tempo, esse viajante silencioso,
com sua mão de névoa desenha nas paredes da memória
figuras que dançam entre o amanhecer e o crepúsculo.
Quantas horas vividas se amontoam como folhas secas
no jardim outonal das minhas lembranças?
Cada segundo pulsa como um coração minúsculo,
deixando nas minhas palmas a marca in_visível de sua passagem.
Reconheço nos relógios parados
os sorrisos que o tempo não conseguiu apagar.
Nas fotografias amareladas, a juventude que resiste
como uma flor selvagem entre as pedras.
Se eu pudesse engarrafar as horas como vinho,
beberia lentamente cada gole de vida
para sentir novamente o sabor dos beijos urgentes,
a doçura do primeiro amor, a dor das despedidas.
O tempo avança com passos de lobo na noite,
mas eu aprendi a colher cada instante
como quem colhe estrelas maduras do céu.
Na colheita das horas, encontro minha eternidade.
Não há sino que possa anunciar o fim das horas vividas.
Elas permanecem teimosas no sangue, com adoração,
enquanto a mão do tempo continua seu trabalho paciente
desenhando rugas no rosto, acendendo sonhos no coração.
Dizem que o tempo é senhor.
Eu digo que somos cúmplices e amantes.
As horas vividas são nossas filhas
nascidas do abraço entre o efêmero e o e_terno.
Quando a noite final se aproximar
e o relógio parar definitivamente,
saberei que as horas vividas não morrem:
transformam-se em luz, em poema, em memória.
Marilândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário