"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quarta-feira, 16 de abril de 2025
Vertigem dos Sentidos
Vertigem dos Sentidos
Tua boca é uma granada aberta ao vento,
sementes de fogo que incendeiam meus dedos.
Teu corpo é um oceano em movimento
onde afogo meus antigos medos.
Sou a árvore que cresce nas tuas margens,
raízes submersas no teu profundo canto.
Meu sangue pulsa como uvas selvagens
esmagadas sob a lua de espanto.
Em teu labirinto de mel e sombra
percorro caminhos de sol nascente.
Cada suspiro teu é música que ronda
o deserto onde me faço presente.
Tua pele é pétala de magnólia úmida,
território de segredos e promessas.
Em tuas veias corre a noite líquida
onde deposito minhas incertezas.
Somos vulcões dormentes que despertam,
terras férteis semeadas pelo desejo.
Colhemos estrelas das mãos que se libertam
no instante infinito do beijo.
Meu corpo é um mapa onde teus olhos navegam,
territórios inexplorados, vales secretos.
Tuas mãos são pássaros que carregam
a primavera aos meus invernos completos.
Sou a chuva que te molha por dentro,
o temporal que rompe teus diques.
És a fogueira onde me concentro,
o calor que pede que eu fique.
Nossos corpos são países que se descobrem,
fronteiras dissolvidas pelo toque.
Nossas bocas são frutas que se abrem,
vermelhas como o sangue em choque.
Construímos catedrais de respirações,
escrevemos poemas na pele com os dedos.
Somos duas águas, dois furacões,
revelando ao mundo nossos segredos.
Tua presença é brasa na minha boca,
vinho derramado em língua sedenta.
É assim que a paixão nos toca:
como uma flor que na pele arrebenta.
Marilândia
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