Brumas de Paixão
Na bruma leve das paixões me perco,
Enlaçada em véus de doce engano,
Como quem beija o mar e abraça o arcano,
Buscando o amor que em sonhos sempre cerco.
Na solidão das horas que me encerco,
Vem teu fantasma, terno e soberano,
Colher as flores deste desengano
Que em campos de saudade sempre exerço.
Ai, quem me dera ser como a neblina,
Que tudo toca e nada contamina,
Que se desfaz ao sol da madrugada!
Mas sou mulher, de carne e de loucura,
Que na chama da paixão se transfigura
E morre um pouco em cada retirada.
Marilândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário