"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sexta-feira, 18 de abril de 2025
Domingo de Ressurreição
Domingo de Ressurreição
Na aurora que desperta além dos sepulcros velados,
Rompe a pedra o mistério que os séculos aguardaram;
As trevas se dissipam em raios dourados,
E os lírios do campo, de súbito, despertaram.
Eis que o sudário vazio proclama o inefável:
A morte foi vencida em seu próprio domínio!
O que era lamento transmuta-se em canto louvável,
E a dor de sexta-feira cede ao júbilo divino.
Maria Madalena, com lágrimas ainda nos olhos,
Encontra vazio o túmulo que selara a esperança;
Mas onde esperava apenas mortalha e despojos,
Um anjo anuncia o prodígio que a morte amansa.
"Não está aqui!" — ressoa o clamor pelos ares,
Como versos e_ternos de um poema in_finito;
O Cristo ressurge e acalma os pesares,
Transformando o Gólgota em trono bendito.
Os discípulos correm, in_crédulos e assombrados,
À câmara sepulcral onde jazia o Mestre;
Encontram apenas as vestes, os panos dobrados,
E a fé que renasce, como flor em tempo alpestre.
Ó manhã redentora! Ó esplendor sem igual!
O Cordeiro imolado agora é Leão vitorioso;
Nas chagas, não mais dor, mas triunfo i_mortal,
No jardim da ressurreição, tudo é glorioso.
As campânulas do céu repicam em festa,
Anunciando à criação que a vida triunfou;
Domingo de Páscoa — a divina resposta
Ao enigma da morte que o amor desvendou.
Marilândia
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