Catedrais de Ausências
Ergo em meu peito altares de saudade,
Onde ajoelho a alma em prece muda.
Construo em mim, com dor que não se ilude,
Catedrais de ausência e soledade.
Nas naves do silêncio, a claridade
De um amor que foi chama e hoje é plenitude
Reluz em vitrais onde a luz é amplitude
A sombra que me veste de verdade.
Sou a devota de fantasmas idos,
Sacerdotisa de vazios cálidos,
Erguendo altares aos não mais vividos.
E neste templo de ecos emudecidos,
Onde os sonhos se guardam, resvalados,
Eu velo os mortos-vivos, meus queridos.
Marilândia
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