"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sexta-feira, 21 de março de 2025
VIOLINOS DE FOGO HOMENAGEM À FLORBELA
Violino de Fogo
Tuas palavras são pássaros selvagens
que atravessam o céu das minhas mãos abertas.
No teu silêncio, encontro um oceano de lágrimas não vertidas,
cristais de sal que incendeiam a tarde portuguesa.
Florbela, mulher de vento e fogo,
teus versos são punhais de prata
que penetram o coração da solidão
e fazem sangrar as estrelas adormecidas.
Quem és tu, senão um violino de chamas
tocando sinfonias na pele do universo?
Tuas saudades são rios subterrâneos
correndo por veias que o tempo não secou.
Em cada soneto teu, há uma catedral de suspiros,
há um tremor de terra que derruba muralhas,
há uma flor que nasce entre as pedras da dor
e abre suas pétalas para beber o orvalho das manhãs.
Florbela, tuas mãos tecem a tapeçaria do desespero
com fios de ouro arrancados do sol.
Teus olhos são faróis acesos na tempestade,
guiando barcos perdidos na noite do esquecimento.
Como o vinho que embriaga e desperta,
teus poemas são colheitas de uvas maduras
pisadas pelos pés descalços da angústia,
transformadas em néctar pelos deuses da linguagem.
Florbela, tua alma é um espelho partido
onde cada fragmento reflete um universo inteiro.
És tu a árvore que floresce no inverno da existência,
és tu o relâmpago que ilumina o céu da poesia.
Teus sofrimentos são sementes plantadas
em solos de papel que germinam versos imortais.
Teu nome é uma oração sussurrada pelos amantes
quando a noite os envolve em seu manto estrelado.
Florbela, poetisa de fogo e mel,
tua voz ecoa nas cavernas do tempo,
tuas palavras são barcos de papel
navegando eternos nos rios da memória.
Marilândia
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