EVENTO DIA 12 QUARTETO

Alma de Fogo e Tinta Entre sílabas de vento e páginas desertas, minha alma de escritora sangra constelações. Sou um jardim noturno de metáforas abertas, onde as palavras dançam em secretas canções. As letras são pássaros que migram pelo peito, buscando o sul profundo de um verso ainda não dito. O poema é uma maré que me arrasta ao leito de um oceano sagrado, infinito, bendito. Meu coração é tinta derramada no universo, um vulcão de palavras que não cessa de arder. No papel habito como um deus no seu reverso, criando mundos novos só para os desfazer. Sou a arquiteta das manhãs que ainda não nasceram, escultor de silêncios entre suspiros e gritos. Minhas mãos são relâmpagos onde os sonhos cresceram, transformando em eterno os momentos finitos. A poesia me habita como a seiva nas árvores, pulsa em minhas veias com a força de mil sóis. Escrevo para curar do mundo os amargos sabores, e fazer do agora a lembrança do depois. Alma de escritora, labirinto de espelhos, onde me encontro perdido entre ruínas e flores. Nas palavras ressurjo com os olhos vermelhos de quem viveu mil vidas, mil mortes, mil amores.