"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
COSTURANDO DIA 11
"Porque tudo que foi jurado não foi cumprido"
Jô Tauil
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Promessas Vazias
Em cada noite que me prometeste estrelas,
Só encontrei a névoa da mentira e ausência,
Tuas palavras, antes doces como mel,
Agora são fel derramado em minha essência.
Quantas vezes juraste amor eterno,
Com lábios que sabiam mentir tão bem!
E eu, tola sonhadora dos impossíveis,
Bebi teus juramentos como ninguém.
Dizias que seria tua para sempre,
Que as manhãs seriam nossas sem fim,
Mas tuas promessas eram como bruma,
Que se dissipa deixando apenas o jardim.
Ah! Como fui ingênua em acreditar
Nas doces palavras que vertias em cascata!
Cada "sempre" teu era um "nunca" disfarçado,
Cada "te amo" uma mentira que me mata.
Por que não me disseste desde o início
Que teus juramentos eram flores de papel?
Que teu amor era como orvalho passageiro
Que some ao primeiro raio de sol no céu?
Agora vagueio pelos corredores da memória,
Onde ecoam tuas promessas não cumpridas,
Como fantasmas que me assombram ainda,
Feridas abertas, nunca mais esquecidas.
E se me perguntarem se ainda acredito
Nas juras de amor que um dia me fizeste,
Direi que aprendi a duras penas a verdade:
Que no teu peito, amor jamais existiu.
Sou agora como Florbela em seus sonetos,
A carregar a dor de amar sem ser amada,
Mas diferente dela, não mais me iludo
Com promessas vãs de boca perfumada.
Guardo comigo apenas a lição amarga
De que juras de amor são como vento:
Passam ligeiras, deixando apenas rastros
De um doloroso e vão arrependimento.
Que outros bebam teus juramentos falsos,
Eu já não sou mais a mesma que fui,
Aquela que em tuas palavras acreditava
Morreu no dia em que teu amor fugiu.
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