"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
sábado, 4 de janeiro de 2025
ritmos do Pará evento
Na terra das mangueiras centenárias
Onde o rio beija a cidade
Dança o caboclo suas histórias diárias
Com passos de ancestralidade
No carimbó, gira a saia rodada
Curimbó marca o compasso do tempo
A dança dos pescadores, sagrada
Vem do mar, vem do vento
No siriá, pés descalços na terra
Batem forte como tambores
A dança que o mistério encerra
Dos antigos moradores
Lundu marajoara seduz
Com requebros e dengo forte
Na várzea que o luar conduz
Dança-se até a morte
E vem chegando o boi-bumbá
Com fitas e matracas na mão
O guardião das danças do Pará
No rufar do coração
No xote bragantino, suave
Corpos colados sem pecado
Como o voo lento da ave
Sobre o mangue dourado
Guitarrada paraense ecoa
Na noite de Belém antiga
Enquanto a cidade ressoa
Com sua dança amiga
E assim o Pará vai girando
Na roda viva dos seus ritmos
O povo inteiro bailando
Sem contar tempo nem ritos
Que este reino encantado
De danças e melodias
Permaneça abençoado
Por todas as suas magias
Pois no compasso do Norte
Cada passo é uma reza
Cada gesto traz a sorte
De uma nova natureza
E assim termino cantando
Este cordel do meu Pará
Onde até o rio vai dançando
Na festa que não vai parar
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