"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
quarta-feira, 1 de janeiro de 2025
COSTURANDO DIA 1 DE JANEIRO 2025
“E jogar a chave fora…”
Jô Tauil
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No labirinto das ruas mortas
Onde o metal dança com a ferrugem
Lanço ao vento a chave dourada
Que guardava portas já esquecidas
Sob o céu de chumbo derretido
Os corvos bebem lágrimas de bronze
Enquanto fechaduras sem memória
Cantam hinos às portas sem destino
Ó chave! Mergulhas no abismo
Como uma estrela caída no lago negro
Teus dentes mordendo o infinito
Rasgando véus de realidade gasta
Na calçada, um mendigo coleciona
Fechaduras quebradas e sonhos opacos
Seus dedos de névoa acariciam
O vazio que agora me pertence
As paredes sangram tinta antiga
E no bolso furado da existência
Resta apenas o eco metálico
De uma liberdade sem retorno
Dança, chave perdida!
Na valsa do esquecimento eterno
Onde cada giro é uma morte pequena
E cada morte, uma porta aberta!
Marilândia
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