"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
NATAL VÁRIA VERSÕES
Natal: Um Enigma Cotidiano
Cantiga de Amor e Esperança
Ó Natal, meu Natal de sempre
Terno como um abraço manso
Mais suave que um beijo dado
No silêncio de um momento manso
Não és só festa de criança
Nem só brilho de decoração
És poesia encarnada
És pulso da emoção
Tua luz não vem de estrelas
Nem de enfeites a brilhar
Vem do olhar que se encontra
Do sorriso a se doar
Do abraço que perdoa
Do amor a se entregar
Natal, meu Natal, meu poema vivo
És revolução de ternura
És gesto simples que recria
A mais profunda formosura
És encontro, és abraço
És perdão sem condição
Natal, meu Natal amado
És batida do coração
Natal: Um Enigma Cotidiano
No meio da rua cinzenta
(não importa se enfeitada de vermelho e verde)
o Natal surge
não como festa
mas como interrogação.
Que sentido tem esta data
entre papéis, promessas, cenários de plástico?
Nas vitrines brilham desejos vazios
e nos olhos, um cansaço discreto.
Dizem que é tempo de amor
mas que amor é este
que se mede em presentes caros
e se esquece no dia seguinte?
No silêncio da cidade
entre um comércio frenético e almas dispersas
o Natal passa
como um rumor discreto
quase uma pergunta sem resposta.
Eis o Natal: não festejo
nem rejeito
apenas constato
seu mistério absurdo
de existir.
Viva o Natal, delírio ardente e estranho,
Onde a luz explode em vítreos pesadelos,
Anjos de metal cortam céus de esmalte,
E o divino sangra em fragmentos singelos.
Criança-verdade com olhos de vertigem,
Natal que rasga véus da santa mentira,
Onde o universo em seu fulgor selvagem
Decanta um canto que o silêncio aspira.
Rompem-se as cordas do celestial teatro,
Sino de fogo fere o gelo do mistério,
Nascimento atroz que penetra o retrato
De um mundo em transe, êxtase etéreo.
Viva o Natal! Revolução da ternura,
Onde o caos dança na branca partitura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário