"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
COSTURANDO DIA 17
Nos campos da linguagem errante,
Recolho os silêncios dispersos,
Teço com fios de sombra e vertigem
Os gestos indecisos do verso.
Cada palavra – ovelha dócil e selvagem –
Pasta nos prados da ausência,
Rumina metáforas, deixa rastros
De um alfabeto sem evidência.
Pastoreio signos im_prescindíveis
Conduzo rebanhos de sons invisíveis,
Meus dedos – bastões de in_certeza –
Traçam mapas de mundos em correnteza.
A linguagem – deserto movente –
Onde as palavras se perdem e se encontram,
Onde o poema é apenas um gesto
Que os sentidos contornam e destronam.
Sou pastora de ecos e vazios,
Teço o indizível com fúria serena,
Cada verso – um animal selvagem
Que escapa a minha efêmera quarentena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário