"A POESIA EXPRESSA IDEIAS E EMOÇÕES, MAS NUNCA DE MANEIRA CLARA, PARA , ATRAVÉS DO MISTÉRIO E DO ENIGMA, ATIVAR A IMAGINAÇÃO DO LEITOR."
domingo, 1 de setembro de 2024
COSTURANDO POESIA
Transforma-se em eco, morrendo ao vento,
Na solitária hora em que o corpo jaz,
Encerrando-se no escuro firmamento.
Esse poema procura refletir a profundidade e o tom sombrio típico da obra de Augusto dos Anjos, com uma exploração melancólica e visceral das batidas do coração como metáfora para a mortalidade e a decadência da vida.
"Em nenhum lugar a nossa ânsia nos levou"
Jô Tauil
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No peito arde uma ânsia, um fogo insano,
Que inflama a alma em fúria desmedida,
E em meio ao caos, percorro o desengano,
Buscando na vaidade, a eterna vida.
Ó mundo vil, de promessas enganado,
Que enfeitas com ouro as dores vãs,
Em teus prazeres, o homem condenado,
Entrega-se à sombra de vis afãs.
Mas a vaidade, ó triste verdade,
É fumaça que ao vento se desfaz,
E no fim, resta à mísera saudade,
O gosto amargo que nem o tempo liquefaz.
Ó Deus, que em vossa luz nos iluminais,
Livrai-nos deste abismo, desta guerra,
E que a paz, que em vossa graça originais
Sepulte a ânsia que nosso peito encerra.
Marilândia
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