POEMA DE FLORBELA ESPANCA EM DUETO COM MARILÂNDIA MARQUES ROLLO ÓDIO?// PROCLAMADO?

POEMA DE FLORBELA ESPANCA EM DUETO COM MARILÂNDIA MARQUES ROLLO ÓDIO?// PROCLAMADO? Ódio por Ele? Não... Se o amei tanto,// Nas tarde de sonho onde a poesia escorria Se tanto bem lhe quis no meu passado,// Lá onde em perfumes o luar se evolava Se o encontrei depois de o ter sonhado,// Qual bendita, casta alforria.... Se à vida assim roubei todo o encanto,// Brotado em haste purpúrea que aureolava Que importa se mentiu? E se hoje o pranto// A viver em lembrança amordaçada Turva o meu triste olhar, marmorizado,// Como a alma, de martírio despedaçada... Olhar de monja, trágico, gelado// Que vai pelos ares, noctâmbulo, pairando... Com um soturno e enorme Campo Santo!// Em derredor das campinas vislumbrando! Nunca mais o amar já é bastante!// Eis que embalsamado na lealdade Quero senti-lo doutra, bem distante,// Dentre, talvez em vertigens vivas Como se fora meu, calma e serena!// Sonhando sob constelações persuasivas... Ódio seria em mim saudade infinda,// Ardendo em clarões de cóleras... Mágoa de o ter perdido, amor ainda!// Abrigado nas dóceis quimeras! Ódio por Ele? Não... não vale a pena...// Livra-me dessa crueldade! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo