Marilândia Marques Rollo em dueto com poema de Florbela Espanca O MEU ORGULHO// NATIMORTO

Marilândia Marques Rollo em dueto com poema de Florbela Espanca O MEU ORGULHO// NATIMORTO Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera// Porquanto exausta de fadiga e sonhos, Não me lembrar! Em tardes dolorosas// Ó águas falantes! ó rios andantes! Lembro-me que fui a Primavera// Numa visão de sonambulismos enfandonhos Que em muros velhos faz nascer as rosas!// Tudo arrastando, quais emoções viandantes! As minhas mãos outrora carinhosas// Dentre brumas encantadas agora choram... Pairavam como pombas... Quem soubera// Aterradoramente in_definidas, in_quietas... Porque tudo passou e foi quimera,// Quais formosuras que nunca mais afloram E porque os muros velhos não dão rosas!// Eis que só cultivam sensações discretas! O que eu mais amo é que mais me esquece...// Pois tudo passa neste mundo transitório! E eu sonho: "Quem olvida não merece...// Nem mesmo sentimento aleatório... "E já não fico tão abandonada!// Faróis de augúrios para mim cantam! Sinto que valho mais, mais pobrezinha:// Subo e não me canso, subo sempre, austera! Que também é orgulho ser sozinha,// Embora em amarga solidão que prospera... E também é nobreza não ter nada!// Quiçá volteando dentre amplidões as quais despontam! Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo 40 min Ver tradução