DUETO DE MARILÂNDIA EM VERSOS DE FLORBELA

DUETO DE MARILÂNDIA EM VERSOS DE FLORBELA ESPANCA "AMAR"// PARA SEMPRE "Eu quero amar, amar perdidamente!// Sob delírios e segredos Amar só por amar: aqui… além…// Num profundo in_definido Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…// Dentre misteriosos rochedos Amar! Amar! E não amar ninguém!// Nesse mundo empedernido! Recordar? Esquecer? Indiferente!…// Lá numa trágica miséria... Prender ou desprender? É mal? É bem?// A velar a fé chorosa Quem disser que se pode amar alguém// Nessa sacrossanta matéria Durante a vida inteira é porque mente!// Em sutileza esplendorosa! Há uma primavera em cada vida:// Ó minh’alma, meu abrigo É preciso cantá-la assim florida,// Do seio da Terra murmurando Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!// Inda que num infernal jazigo! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada// Através de misteriosa transcedência Que seja a minha noite uma alvorada,// Diluída em rara indulgência... Que me saiba perder… pra me encontrar…"// Às serenas sombras interrogando... Florbela Espanca// Marilândia Marques Rollo